Aos Mestres, com carinho!

Aos Mestres, com carinho!
Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana e Mendes Campos

quinta-feira, 31 de março de 2016

Quilapayun - "El Pueblo Unido Jamás Será Vencido"


El Pueblo Unido Jamás Será Vencido

El pueblo unido, jamás será vencido
El pueblo unido jamás será vencido...

De pie, cantar
Que vamos a triunfar
Avanzan ya
Banderas de unidad
Y tú vendrás
Marchando junto a mí
Y así verás
Tu canto y tu bandera florecer
La luz
De un rojo amanecer
Anuncia ya
La vida que vendrá

De pie, luchar
El pueblo va a triunfar
Será mejor
La vida que vendrá
A conquistar
Nuestra felicidad
Y en un clamor
Mil voces de combate se alzarán
Dirán
Canción de libertad
Con decisión
La patria vencerá

Y ahora el pueblo
Que se alza en la lucha
Con voz de gigante
Gritando: ¡adelante!
El pueblo unido, jamás será vencido
El pueblo unido jamás será vencido

La patria está
Forjando la unidad
De norte a sur
Se movilizará
Desde el salar
Ardiente y mineral
Al bosque austral
Unidos en la lucha y el trabajo
Irán
La patria cubrirán
Su paso ya
Anuncia el porvenir

De pie, cantar
El pueblo va a triunfar
Millones ya,
Imponen la verdad
De acero son
Ardiente batallón
Sus manos van
Llevando la justicia y la razón
Mujer
Con fuego y con valor
Ya estás aquí
Junto al trabajador

Quilapayún

O ELO DA VIDA, poema de Carlos Maia


Amarelo cura,
Amar o elo perdido
A razão primordial
A ruptura do sagrado
com o profano
Amar o elo que cura
as chagas abertas
dos nossos ancestrais
As feridas da insanidade
não cicatrizadas
pela falta do perdão
A perda da inocência
e da pureza
O vazio que ficou
no lugar do gozo.

Carlos Maia

03/03/16

* O título deste poema quem me deu foi meu amigo Breide, do Mercado da Boa Vista.

Para refletir (3)

Marcia Tiburi

Todo mundo conhece um “fascista”, um tipo psicopolítico bastante comum, alguém que perdeu a dimensão do diálogo, intelectualmente pobre, que reproduz discursos prontos, discursos de ódio, justamente porque é incapaz de ouvir o outro e de refletir sobre a diferença“.

(Marcia Tiburi, filosofa brasileira)

quarta-feira, 30 de março de 2016

"Venceremos" - Quilapayun




Venceremos

Desde el hondo crisol de la patria
se levanta el clamor popular,
ya se anuncia la nueva alborada,
todo Chile comienza a cantar.

Recordando al soldado valiente
cuyo ejemplo lo hiciera inmortal,
enfrentemos primero a la muerte,
traicionar a la patria jamás.

Venceremos, venceremos,
mil cadenas habrá que romper,
venceremos, venceremos,
la miseria (al fascismo) sabremos vencer.

Campesinos, soldados, mineros,
la mujer de la patria también,
estudiantes, empleados y obreros,
cumpliremos con nuestro deber.

Sembraremos las tierras de gloria,
socialista será el porvenir,
todos juntos haremos la historia,
a cumplir, a cumplir, a cumplir.

Quilapayún

Novo curso de escrita com Samarone Lima

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Via Marco Zero

“O laboratório do escritor”

O curso é livremente inspirado no livro “O laboratório do escritor”, do argentino Ricardo Piglia, publicado no Brasil, em 1994. Em muitas entrevistas, Piglia conta detalhadamente os bastidores de sua vasta produção literária. Os planos e esquemas, anotações, fragmentos de histórias, cronologias, diálogos, frases isoladas. O seu “modo particular” de escrever pode ser um caminho para cada um que pretende, de fato, se tornar um escritor. Uma frase de Piglia que vai inspirar nossa jornada:
“Os grandes textos são os que transformam o modo de ler”.
Os encontros serão semanais, com duração a ser acertada com a instituição interessada. Não utilizarei mais o método da “Oficina Literária”, que já fiz algumas vezes, sempre de curta duração. Trata-se mesmo de um laboratório, que vai se estender de abril a dezembro, onde cada autor vai desenvolver exaustivamente sua proposta literária. Para tanto, cada interessado deverá apresentar seu projeto de escrita (o que pretende desenvolver ao longo dos meses). O objetivo é que, durante nossa jornada, ele transforme o modo de ler e escrever.
A utilização da palavra “escritor” não é ocasional. Trata-se de uma forma de encarar a criação como um objetivo de longo prazo, um projeto de vida. De pensar no poder que a palavra tem. De fazer dos próprios escritos algo sagrado, inspirador, a ponto de ser compartilhado. Não serão encontros para o deleite do próprio texto, mas de trabalho. Como diz Piglia, “escrever é sobretudo corrigir, e não acredito que se possa separar uma coisa da outra”. Com muito trabalho, tentaremos alcançar uma espécie de “leitor perfeito”, que, segundo Piglia, seria capaz de detectar todas as falhas e nós do texto, “e tentar ler o que escrever como se fosse de outro”.

Metodologia

O curso será desenvolvido com apresentação de autores, leitura de textos literários, além de entrevistas com escritores, onde eles analisam suas diferentes formas de criação literária. Todos os textos serão indicados antecipadamente, para que as leituras prévias possam ser realizadas.
Cada participante deverá apresentar, por escrito, um projeto que pretende desenvolver durante o laboratório. Os textos serão lidos em sala, discutidos coletivamente, mas haverá horários em que os textos serão analisados individualmente.
Em alguns momentos, serão convidado escritores, que contarão sua trajetória, escolhas, impasses e superação de obstáculos no caminho para se tornar escritor.

Sobre o proponente

Samarone Lima, 46 anos, é, segundo sua mãe, “jornalista, escritor e poeta” (nesta ordem). Formado na Universidade Católica de Pernambuco, fez mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e aproveitou para viajar muito pela América Latina. Trabalhou em várias redações de jornais e revistas, foi professor universitário, dono de bares (coisa que não recomenda para ninguém). Sonha em ter um sebo-café. É autor dos livros “Zé” (1998), “Clamor” (2003) “Estuário” (2005) e “Trilogia das Cores” (2014), estes com Inácio França e Gerrá Lima. Suas publicações mais recentes são de poesia, com os livros “A praça azul” e “Tempo de Vidro” (2012) e “O aquário desenterrado” (2013). Escreve crônicas semanais no www.estuario.com.br e é membro-fundador da ONG de jornalismo Marco Zero.

Bibliografia inicial:

Anna Akhmatova (Poesia)
Wislawa Szimborska (Poesia)
Robert Arlt (Crônica)
José Saramago (Romance)
Giuseppe Ungaretti (Poesia)
Caio Fernando Abreu (Crônica)
Hilda Hilst (Conto/Romance)
Juan Rulfo (Conto)
Milton Hatun (Romance)
Ai Ogawa (Poesia)
Erri de Luca (Romance)
Pedro Lemembel (Crônica)
Outros autores serão apresentados durante o curso.

Serviço

Curso de criação literária “O laboratório do escritor”
Início: 5 abril (terça-feira)
Horário: 19h30 às 21h30
Local: “Casa 12 – Comidas e conversas” (Rua Silvino Lopes, 12, esquina com a rua Jerônimo de Albuquerque, ao lado da Igreja de Casa Forte).
Valor mensal: R$ 150,00
Mais detalhes, favor enviar email para: outrosama@gmail.com

terça-feira, 29 de março de 2016

O verdadeiro Judas, poema de Antonio Mello


O verdadeiro Judas

Vive em você

E vendeu seus ideais

Por trinta moedas

- Um pouco menos

Ou muito mais.




O discurso de Charlie Chaplin no filme "O Grande Ditador", de 1940.


Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem ... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!"

A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina!

Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos.

Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa.

Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos.

Charlie Chaplin

segunda-feira, 28 de março de 2016

CANÇÃO, poema de Jaci Bezerra


Vou plantar na varanda a minha mágoa,
e espero, assim, que a vida a mim esqueça.

Fluídico e sereno como as águas
deixem, vocês, que eu me desapareça.

Vou partir depois disso, prontos tenho
o passaporte e a blusa de emigrante.

Deixem vocês, eu parto como venho
para ser outra vez o que fui antes,

As lágrimas ardendo são estrelas
cintilando no fundo de outro poço.

Vocês não se debrucem para vê-las
que, nelas, acharão só meus destroços

(a canção que inventei de ouvido, inteira,
e as rosas florescendo nos meus ossos).

Não procurem saber dos meus intentos,
peço como um favor, ninguém me ouça,

pois rosário já vem tangendo os ventos
e apaziguando a minha carne moça,

vem molhada de luz, vem sem lamentos,
trazendo um lírio em suas mãos de louça.

Já é chegada a hora da partida,
No meu bolso soluça o coração,

por isso, não liguem muito à vida
que para olhar e ver, trago na mão.

Nem olhem, se ainda me veem, para a ferida
que expõe, aberta, a minha solidão.

Parto rendido e entregue aos meus afetos,
e amigos que não tenho, não terei.

Matei as sempre-vivas do deserto
recusando as canções que não criei.

E descobri, sentindo o amor tão perto,
que nada sou do sonho que inventei.


The Beatles - "Julia" (Version 3)

domingo, 27 de março de 2016

Para refletir (2)

Zygmunt Bauman

“Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que os jovens possam perseguir e consertar o estrago que os mais velhos fizeram. Como e se forem capazes de pôr isso em prática, dependerá da imaginação e da determinação deles. Para que se deem uma oportunidade, os jovens precisam resistir às pressões da fragmentação e recuperar a consciência da responsabilidade compartilhada para o futuro do planeta e seus habitantes. Os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real.”

(Zygmunt Bauman, Sociólogo polonês)

"Caravan" - Nicole Pesce Trio

Belíndia, poema de Nelson Barbosa


Tem terrorismo na Bélgica,
Tem injustiças na India
Mas tem tudo isso sobrando
Somando com o fascismo
Aqui nas terras da Belíndia.


sábado, 26 de março de 2016

Os Paralamas do Sucesso - Luís Inácio 300 (Picaretas)

CLARINHO, poema de Miró


Joguei todos os meus sonhos
medonhos
no mar
e agora espero novas ondas
com seios morenos
espuma do mar
saia branca das sereias
cansadas de amor
Areia,
palco de luz
espelho do céu
vem dormir comigo
neste quarto sem portas
Trincos de caracol
para enfeitar a lua
Hoje à noite
irei dormir no mar
Vou despertar os deuses
do amor
que foram náufragos
em meus sonhos medonhos
vou dormir no mar
Hoje vou ser
claramente
um negro.

sexta-feira, 25 de março de 2016

A SOMÁLIA DA ESCRITORA NADIFA MOHAMED

A escritora no Mercado de Shepherd's Bush, em Londres
A escritora no Mercado de Shepherd’s Bush, em Londres
Por Luísa Gadelha, via DCM
Pouco ouvimos falar sobre a Somália, um dos países mais corruptos do mundo e que enfrenta uma guerra civil intermitente. A África, como um todo, aparece através da mídia de maneira estereotipada, como se fosse um grande bloco homogêneo de miséria e doenças.
Felizmente, a multiplicidade étnica e cultural dos países africanos tem ganhado visibilidade internacional com a nova leva de escritores e escritoras oriundos de lá: o sul-africano ganhador do prêmio Nobel J. M. Coetzee, o moçambicano Mia Couto, os angolanos Agualusa e Ondjaki, as nigerianas Chimamanda Adichie e Nnedi Okorafor e, mais recentemente, a escritora britânica de origem somali Nadifa Mohamed.

Nadifa Mohamed nasceu em Hargeisa, capital da Somália, em 1981, mas mora na Inglaterra desde os cinco anos de idade. Estreou na literatura com o romance "Black Mamba Boy" (sem tradução para o português) em 2010, baseado na história do seu próprio pai nas décadas de 1930 e 1940 no Iêmen, durante o período colonial.

O segundo romance de Mohamed, que acaba de ser publicado no Brasil pela Editora Tordesilhas, "O pomar das almas perdidas" (295 páginas, tradução de Otacílio Nunes), se passa em Hargeisa no final da década de 1980.

A história é contada sob a perspectiva de três mulheres de diferentes gerações: uma criança, uma jovem e uma senhora. Deqo, de nove anos, nasceu em um campo de refugiados onde há um surto de cólera e desconhece seus pais. Sua esperança é ganhar um par de sapatos em uma apresentação de dança. Por errar a coreografia, Deqo é punida e fadada a vagar pelas ruas de Hargeisa. Kwasar, uma viúva destinada a lamentar a morte da filha, assiste à apresentação de Deqo e, numa tentativa de defendê-la, é presa e espancada por Filsan, a jovem soldada que deverá deixar a capital para conter a rebelião do norte do país.
Após o rápido encontro entre as três protagonistas, o leitor é convidado a seguir a vida de cada uma isoladamente, para um novo encontro ao final da narrativa.
A prosa de Mohamed é descritiva, quase cinematográfica, com parágrafos curtos, diretos, crus, mas nem por isso sem poesia: acompanhamos os passos das três heroínas por uma Hargeisa suja e caótica, “uma cacofonia de frangos carcarejantes, jumentos zurrantes que resistem aos arreios, meninos de uniforme escolar brincando de brigar, mulheres sacudindo baldes de comida aos pés das cabras e o som cadenciado de meninas adolescentes batendo em tapetes com galhos”.
Para além do cenário dessa Somália não idealizada, cujo pano de fundo expõe um regime militar extremamente corrompido, o que surpreende no romance de Mohamed é a perspectiva feminina e a quase ausência de personagens masculinos. A sororidade – solidariedade entre mulheres – está presente quando Kwasar divide as refeições com suas colegas de cela, ou quando uma prostituta acolhe a pequena Deqo e a leva para o seu bordel onde, curiosamente, as prostitutas utilizam codinomes como Karl Marx, Stálin e China.
Outras problemáticas do cotidiano feminino também são retratadas no romance: a educação que a pequena Deqo recebeu no campo (“A única educação que recebeu das mulheres, no campo de refugiados, dizia respeito a como evitar essa vergonha: não sente com as pernas abertas, não toque as partes íntimas, não brinque com meninos. A evitação da vergonha parece estar no centro da vida de uma menina”) ou o assédio que a jovem soldada Filsan sofre dos seus superiores (“Mesmo estando de uniforme, os homens não veem nada além de peitos e um buraco”), não sendo reconhecida no exército devido à sua condição.
Com apenas dois romances publicados, Nadifa Mohamed está entre as melhores jovens escritoras britânicas segundo a revista Granta. Para além de descortinar um país quase desconhecido, Mohamed trata de temas universais tão caros a nós, mulheres.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Para refletir (1)

Leandro Karnal

Eu não sou neutro, a Justiça não é neutra, o Congresso não é neutro, as igrejas não são neutras. Eu, o juiz Moro, Lula, o papa Francisco, Dilma, a mãe de santo, o pároco, o sindicalista, você e a socialite: todos estamos inseridos numa classe social e manifestamos um mundo que corresponde ao que mais me beneficia. Neutralidade só existe no sabão de coco. A democracia permite que uma subjetividade não seja a única possível.” 

(Leandro Karnal, historiador brasileiro)

A arte de Ehsan Mehrbakhsh (I)

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quarta-feira, 23 de março de 2016

QUAL É A TUA, POETA?, poema de Itárcio Ferreira



Que importa que você seja
Um ótimo poeta,
Se, na vida, no dia-a-dia concreto,
Você é um perfeito canalha?

Que importa se nos seus poemas
A palavra liberdade os impregna,
Se, no trânsito, você se torna uma fera?

Se, ao entrar no elevador, não sai da sua boca
Um bom dia, mas nos seus versos você é gentil.

Nada disso importa, a arte divorciada da vida,
A arte longe do phatos Aristotélico,
De onde vem a poesia – arché – não provém
Também a cidadania?

Pegue os seus livros e os seus poemas
E os enfie garganta adentro da sua malvadeza.